Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Wednesday, October 20, 2010

Ando só

Ando só
15/03/10

Ando só, perdida de mim.
Bato de porta em porta
Buscando em cada olhar um reencontro.
Cada sorriso é um convite,
Vã esperança de me voltar à lembrança
Quem sou.
Ando só, não me reconheço.
Me vejo em outros rostos
Que não o meu
Me descrevo em palavras
Que não as minhas
E assim... só...
Me perco.
Ando só, e só... vago
Faminta de sentido,
Faço banquete de migalhas,
Rio do que me fere a alma,
Vivo pelo que me é negado.
Aceito de bom grado o que nem preciso
E só... concordo.
Ando só,  imagem confusa e distante
Do ser que fui.
E só... aceito.
Não me recuso a nada
Só pra não estar só
Só pra me sentir
Amada.

1 comment:

  1. Adorei este poema,
    indentifico.me com ele em quase tudo.
    Eu tambem gosto de escrever mas ultimamente
    perdi a magia que tinha com as palavras.
    Continua a escrever, nao faças como eu :D

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