Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Sunday, June 3, 2012

Corredeira

 
Corredeira

04/06/2012

A vida começa agora!
A vida começa sempre!
A vida moto-continuo
Derrama minutos aos dias
Transborda dias em meses
Que desaguam no oceano
Dos anos que se acumulam.
Da nascente que viemos,
Nos fizemos corredeira.
Criamos a nossa história,
Dos lugares que cortamos,
Das pessoas que banhamos,
Do barro que arrastamos...
E assim, nessa correnteza
Viajamos léguas!
Nos juntamos a outras águas
Aumentamos volume e força,
Até que um dia nos misturamos
Às águas de sal do mar.
Mas se encontramos barragem
Impedindo nossa jornada,
Nossos veios se espalham
Rasgam as margens que limitam
 E encharcam a terra seca.
Não há nada que detenha
A missão que nos foi dada!