Caçada
15/09/88
Uivo,
Loba que sou.
Deserta,
Na paisagem incerta
Desse despenhadeiro.
Olho o vale lá embaixo
E tomo ciência da solidão que me cerca.
Meu grito percorre todos os espaços,
Penetra em todas as pedras,
Se deixa levar na correnteza dos rios.
Loba-mulher,
Num cio crescente,
No desejo profundo de companhia.
Perambulo.
Espreito a caça.
Farejo no mundo o meu sentido.
Trago nos dentes
O resto da carne de outro dia.
O alimento que me saciou a fome.
E na alma,
A ausência do encontro,
Do descanso há muito sonhado,
Da unidade perseguida,
Da vida...
Ah! Da vida...
Loba que sou.
Deserta,
Na paisagem incerta
Desse despenhadeiro.
Olho o vale lá embaixo
E tomo ciência da solidão que me cerca.
Meu grito percorre todos os espaços,
Penetra em todas as pedras,
Se deixa levar na correnteza dos rios.
Loba-mulher,
Num cio crescente,
No desejo profundo de companhia.
Perambulo.
Espreito a caça.
Farejo no mundo o meu sentido.
Trago nos dentes
O resto da carne de outro dia.
O alimento que me saciou a fome.
E na alma,
A ausência do encontro,
Do descanso há muito sonhado,
Da unidade perseguida,
Da vida...
Ah! Da vida...