Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Saturday, May 7, 2011

Mãezinha

Mãezinha

        03/11/1981
 
Mãezinha,
Conta uma estória da Carochinha.
Esqueçe minha idade
E me faz regredir no tempo.
Há tanto a esquecer...
Mãezinha,
Me embala no teu colinho,
Me dá um beijinho,
Traz de volta a infância,
Resgata em mim a criança
Que já andou solta,
Em sonhos envolta,
Tonta em fantasia.
Mãezinha,
Finge que não cresci,
Que os anos não passam.
Diz, mais uma vez,
Que a vida é bela
E que serei sempre Cinderela
Na ciranda dos meus sonhos.
Mãezinha,
Pare as horas,
Abra os braços e o sorriso,
Por que é disso que preciso
Para meus infinitos recomeços.
Mãezinha,
Assopra as dores de meus tropeços.
Me fala da força em mim
Que desconheço,
Me dê a mão,
E vamos passear...
Mãezinha,
Me diz que sempre há de amar
Essa menina.
Que é esse Amor
Que meus dias ilumina
E o que, enfim,
Sempre me alimentará.