Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Saturday, November 5, 2011

Minha, só minha...

Minha, só minha..
05/11/2011
Eu olhei a face da Vida
E ela me sorriu.
Me pegou pela mão
Me chamou de amiga
E saiu correndo numa disparada
Que não me deixava ver por onde eu ia.
Perdi o fôlego.
E ela, entediada
Saiu desarvorada
A procura de mais...
Fiquei para trás.
Sigo agora procurando pela louca
Pedindo a todos por notícias...
Ah, Vida...
Minha amada confidente!
Sinto tanta falta de me embolar nos teus passos,
De nunca saber o que seria,
De me perder na tua correria
E me encontrar no caos de teus acasos.
Te confesso,
Meus dias andam tão rasos
Que sonho mergulhar na tua não monotonia.
Preciso tanto que de novo me sorria,
Me dê a mão,
Me olhe firme
E me assegure que é minha.
A minha Vida,
Minha,
Só minha.

Wednesday, November 2, 2011

Fim

Fim

28/09/2011
Ponto.
Fim.
Avesso do começo.
Em tudo
 O momento mudo,
A ausência da presença,
O ato paralisado,
O volume do vazio.
Não há fuga,
Portas se fecham.
Não há luz,
Olhos se cegam.
O verbo cala,
A forma dispersa,
O uno desenlaça.
Alça voô o que é terreno.
Faz-se eterno o que é mortal.
A força perece,
A fúria adormece,
Não há resistência.
Do mesmo sopro inicial,
Emerge o final
Da existência.