Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Friday, March 5, 2010

N'outra Paisagem

N'outra Paisagem
18/06/90

Eu te olho nos olhos
E não vejo a imagem
Do que avistas.
Não é possível que mintas.
Tinhas de mim tanto afago,
Tanto fogo,
Tanta guarita.
E agora me irrita
Com o jeito vago
De quem não liga.
Passo a mão por teus cabelos,
Sinto um frio na espinha.
Não és minha
Criatura liberta dos meus encantos.
Pego a bolsa.
Bato a porta.
Vou àquilo que importa.
Andar firme e felino.
Pro destino.
Vou fazer nova viagem
Me infiltrar n'outra paisagem.
Ver se caço,
Ver se laço
Outro menino.

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