Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Tuesday, March 2, 2010

Igual, Igual

Igual, Igual
12/09/84

E quem quiser saber de mim...
É só olhar pela janela o tempo passar.
Eu sou a constância monótona
Do tic-tac do relógio.
O previsível alternar
Do alvorecer e anoitecer.
O imutável e fatal
Crescer e morrer de cada ser.
Sou tal e qual
O rotineiro acender e apagar da luz da rua.
Uma coisa assim:
Que nunca muda.
Uma vida assim:
Que se repete.
E nunca é nada diferente.
E nada troca sua ordem.
É tudo assim:
Igual, igual.

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