Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Monday, January 4, 2010

Impasse

Impasse

06/07/85



Tá bom.
Eu aceito o argumento.
Mas me dê um momento
Pra eu lavar a cara.
Pra eu me olhar no espelho,
Pra eu me ver de perto.
E decidir
Se realmente vale à pena.
Se é verdade
Que a vida é curta
E eu tenho pouco tempo pra escolher:
Se vou ou fico,
Se calo ou grito,
Se paro ou corro,
Ou se tendo ao infinito
E morro.

1 comment:

  1. Irmã,
    Lembro-me vagamente desse.
    Lindo, lindo, lindo!
    Adorei saber que vc continua escrevendo. Que bom!
    Amocê, tá?

    Lilly

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