Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Monday, January 4, 2010

Faces

Faces

07/05/91

De tudo um pouco
Um louco carrego
E se me envergo...
São tantas as profecias!
Um dia santa
No outro só ventania
Fera arisca, devassa
Só porcaria!
Queria um templo
Altar, flores
Cantoria.
Queria um beco
Sarjeta, mangue
Rebeldia.
Cara e coroa
Mesma moeda.
Uma hora o topo
Na outra a queda.
Suja, mundana.
Benta, sagrada.
No fim das contas
Mulher...
Mais nada.

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