31/12/09
Bate em minha porta alguém que não conheço.
No conforto do meu lado seguro,
Me reservo o direito do comodo sossego.
Então, finjo que o ignoro.
Resisto em deixar entrar algo pelo qual não espero.
Há muito calei em mim expectativas.
Faz tempo virei as costas aos planos futuros.
Danço a valsa...
A correnteza me leva.
E me angustia o ansiar...
O desejar... O antever.
Isso cabe aos sonhadores.
Àqueles que escancaram a entrada de seus esconderijos
E dão boas vindas aos andarilhos.
Bem recepcionam aos ventos novos como a velhos conhecidos,
Esperando deles as pistas corretas, as respostas, os caminhos,
O bem viver e a boa fortuna!
Posso até ouvir lá fora o vozerio chamando ao visitante.
- Venha a casa é sua!
Quanta crença no futuro!
Mas, passado o presente a limpo,
O que resta pra viver adiante?
Alguns diriam esperança.
Eu prefiro acreditar na persistência.
E lá vou eu,
Mais uma vez reinventar o já vivido.
Chamar de novo um ano que muda sua forma,
Apenas no número e não no conteúdo.
Por que se não sou eu que mudo...
Se não é meu ser que se transforma...
Tudo prossegue inerte e em suspensão,
Nada é manifesto.
Passa, se perde... dispersa.
Não tenho ilusão.
Sou eu
Quem de sua intenção, vontade e gesto.
Faz novo o velho,
Traduz em ação
O que só é promessa.
No comments:
Post a Comment