Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Thursday, March 10, 2011

Tempo

Tempo

24/07/82

Tempo...
Tempo de amar,
Tempo de ser,
Tempo de dar.
Mito, tempo.
Fantástico tempo
Que transpõe barreiras,
Que repõe forças,
Que destrói muralhas.
Tempo de vida.
Tempo para morte.
Tempo de sorte.
Se arriscar tudo
Pelo tempo de ser feliz.
Se canta o Tempo,
Se venera o Tempo,
Se faz do Tempo
Um Deus.
Tempo de adeus.
O adeus a tudo
Que te faça o Tempo infecundo.
Tempo para o mundo,
Para as coisas vivas,
Que pulsam,
Soluçam dentro do peito.
Tempo de leito,
De coisa morna.
Tempo que adorna.
Tempo, tormento.
Tempo para a mente.
Tempo, momento.
Tempo corrente.
Tempo.

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