Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Thursday, April 15, 2010

Veneno dos Sábios

Veneno dos Sábios

19/01/2010

Prefiro a mudez,
O silêncio de quem engole as palavras
Não por medo,  nem timidez.
Mas por cuidado.
Antes a boca fechada
Do que o pensamento posto à prova
E a expressão sendo revista.
Não receio a crítica.
Mas tenho horror ao pré-conceito
Dos que ouvem já negando o concordar.
Por isso, calo.
E se falo
Minha palavra não é afago.
Tem o peso e a medida
Do que acredito.
Não quero o beijo hipócrita
E o hálito doce e mortal
Que mascara a ignorância.
Quero o bafo que revela.
Quero sentir arder nos lábios
O veneno amargo e amoral
Dos sábios.

No comments:

Post a Comment