Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Friday, April 9, 2010

Metamorfose

Metamorfose

08/10/82

Insana,
Danço sem compasso.
Nesse som escasso
Nesse ritmo louco.
Desamarro os braços
Libero temores
Que ainda guardo em mim.
No balançar corpo,
No revirar cabeça,
No emaranhar cabelos,
No sentir coração,
Solto meus demônios...
Pareço cobra
Que se enrosca
Arma bote
E morde o vento.
Sou uma farsa.
Enorme garça
Que alça vôo,
Sem ter lugar
Onde pouse seu abandono.
Ando sem dono,
Sem nó, sem laço.
Estou entregue a natureza.
Armo defesa,
Rosno pro mundo,
Faço casulo,
Nasço outro bicho
E me evaporo.

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