Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Wednesday, January 13, 2010

Maria

Maria

14/09/81

Mais uma Maria.
Mais uma Maria do mundo.
Como maioria das Marias... pobre.
E nobre... por ser Maria.
Quem sabe Maria dos muros
Das esquinas da vida.
Ou empregada doméstica
Indomesticável...
Intocável por ser Maria.
Maria Jesus
Maria das Graças
De jeitos, trejeitos
De corpo e desejo.
Maria dos homens
Maria dos prantos
De mil desencantos.
Das roupas usadas,
Doadas, suadas pelo dia a dia
Pelo pão de Maria
Pela luta de vida.
Maria, barraco
Sonhando mansões
Castelos e deuses...
Ou mesmo sem sonhos
E sem desesperos
Maria Socorro
Maria do morro
Mais uma Maria.

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