Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Monday, March 11, 2013

Com nexo...


Com nexo...
03/11/2013


De repente uma vontade de rimar
Flor com amor,
Coração com ilusão,
Dia com alegria.
Pegar a caneta e riscar o mundo
Com um traço profundo,
Inapagável.
Me marcar em tudo.
No meu silêncio,
Há tanto barulho!
Um mosquito zumbe,
Um cachorro ladra,
Uma gota cai,
Estala o assoalho...
E em cada movimento
A lembrança:
Preciso da mudança.
Sair do casulo,
Completar a metamorfose,
Renascer borboleta.
Já cansei de ser larva.
Quero bater minhas asas,
Voar sobre as cabeças
E transpor limites.
Tenho tanta sede de mim.
Vou beber da minha fonte,
Me encharcar,  me embriagar.
Baixar as defesas
Encarar minha imagem,
Sem sombra ou reflexo.
Num mergulho, ir ao fundo
Vasculhar até encontrar
O meu nexo.

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