Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Wednesday, September 8, 2010

Eu?

Eu?

12/26/2009

Alguns olham distante..
Procurando adiante...
As respostas.
Alguns escutam o alheio,
Alguns tateiam o escuro,
Alguns digerem as migalhas.
E eu?
Eu... não me contento com pouco.
Não sei depender do outro.
Não aceito sem contestar.
Não culpo ninguém por meu pecado.
Não imputo meu passo errado
A outros pés que não os meus.
Eu?
Sou meu Deus e meu Diabo,
Minha dúvida e minha certeza,
Minha única possibilidade de acerto,
Minha sentença de morte ou de redenção.
Não procuro o que já trago.
Não reparto o que a mim pertence.
Não me importo se o que sou convence,
Não busco o sim onde tudo é talvez...
Construo minha lucidez
Na loucura que me faz única,
Na clareza que me faz insana.
A ninguém cabe o peso do meu engano.
A niguém cabe a culpa da minha agonia.
Sou só eu...
Na solidão inerente de ser humana.
Respondendo por meus crimes,
Contando minhas vitórias,
Prestando conta a mim mesma
Das escolhas que faço,
Da história que escrevo
E dos tortos caminhos que traço.

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