Essa Tal de Poesia

22/11/08
Vamos falar de poesia.
Mas, sobre qual delas?
Sobre a poesia diária, na qual se esbarra quando abrem se portas, olhos e ouvidos?
Aquela que vive nas cores, nos sabores e odores e que nos chega pelos sentidos físicos?
Ou, sobre aquela poesia que se cria, que se pensa?
Aquela que se concebe no ruidoso silêncio
, no digerir interno dos tais poetas?
Pouco importa qual seja, tanto faz a natureza, falemos dela.
Vamos discursar.
Nos valer da inspiração que enche de sentido e significado o cotidiano, as banalidades e barbaridades da essência humana.
Vamos abusar das tonalidades e pintar de tons berrantes o que se faz pálido.
Vamos moldar o que é volátil e etéreo.
Vamos dar forma ao que é sensação nos valendo das palavras.
Mas talvez elas não bastem, não sejam suficientes.
Por que esses seres... os tais poetas
Esses que buscam na expressão
a tradução do impalpável
Costumam ser insaciáveis.
Para esses loucos e insensatos...
Para essas almas delirantes...
Tudo se faz motivo e forma.
Tudo se faz razão e meio.
Tudo se faz maneira e via.
Tudo se faz em poesia.

Sunday, April 4, 2010

Medo

Medo

16/01/81

Existe um medo
Que me dilata a vista
Me resseca a boca
Me corrompe o peito
Me deixa assim.. sem jeito
De caminhar pra frente
De mostrar os dentes
E morder o mundo.
Existe um medo
E me reduz a pouco
Um pouco de esperança
Um pouco na lembrança...
Existe um medo
Que pousa em meu dorso
Suas asas pesadas.
Tenho em mim, cravadas...
 Garras afiadas
Que me lanham a coragem.
Me curvam a vontade
Subjulgam meu ser.
Existe um medo
Na minha atitude
Na minha renúncia
No meu pesadelo
Até na ousadia
De me assumir.
Um medo oculto
Na barra da calça
No bolso
Na alça
No canto dos olhos
Na trilha dos passos
Que sigo com medo
De alguma virada
Perder...

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