Torrente
19/12/82
Chove lá fora.
E quem me dera que todas as gotas
Pudessem tirar de minha alma
Essa sujeira da vida
Essa poeira do mundo.
Purificassem meu espírito
E devolvessem ao meu ser
A leveza,
A pureza
A cristalidade.
Chove lá fora.
Um ritmo louco de varrer a terra.
Uma corrente contínua de diluir a tudo
Uma vaga certeza de um amanhã de sol.
Chove lá fora.
E a necessidade de chuva aumenta.
Uma vontade imensa de me sentir molhada,
Banhada de paz,
Refeita.
Os pingos cessam.
Escorre pelos bueiros da rua
Tudo o que a água conseguiu limpar.
Calçadas lavadas
Becos purificados
Liberados caminhos.
Porém,
Quantos dilúvios,
Torrentes,
Mares e rios,
Para apagar das entranhas
Meus impuros passos
E os rastros
Que hei de deixar?
E quem me dera que todas as gotas
Pudessem tirar de minha alma
Essa sujeira da vida
Essa poeira do mundo.
Purificassem meu espírito
E devolvessem ao meu ser
A leveza,
A pureza
A cristalidade.
Chove lá fora.
Um ritmo louco de varrer a terra.
Uma corrente contínua de diluir a tudo
Uma vaga certeza de um amanhã de sol.
Chove lá fora.
E a necessidade de chuva aumenta.
Uma vontade imensa de me sentir molhada,
Banhada de paz,
Refeita.
Os pingos cessam.
Escorre pelos bueiros da rua
Tudo o que a água conseguiu limpar.
Calçadas lavadas
Becos purificados
Liberados caminhos.
Porém,
Quantos dilúvios,
Torrentes,
Mares e rios,
Para apagar das entranhas
Meus impuros passos
E os rastros
Que hei de deixar?
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